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Antiga cidade de Sento-Sé.Fonte: Secretaria da cultura 

PAISAGEM SOCIAL ENTRE CONTEXTOS: SENTO SÉ NO SUBMÉDIO SÃO FRANCISCO

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Artefato arqueológico: Urna, encontrada por moradores locais, comunidade Brejo da Brasida. fonte: Mariluze Amaral

Assim como na compreensão da cultura material, o estudo do contexto arqueológico deve sustentar-se em um sistema de conceitos que possibilitam a avaliação dos seus resultados. Para isso, sua análise deverá ser feita com parâmetros derivados de um complexo de elementos que permitam compreendê-la. Para entendermos um conjunto de fragmentos preservados na paisagem arqueológica e natural, atribuídos a fatores correspondentes a modificações e construção da paisagem sócio-cultural, propomos a análise fundamentada nas referências teóricas da arqueologia da paisagem da qual deriva os parâmetros arqueológicos e socioambientais. Com a adoção desses parâmetros, abordamos as ações de preservação e a construção da memória atribuída à identidade do município de Sento Sé – BA, Submédio São Francisco, na Região Nordeste do Brasil.

A área de estudo se destaca por haver, em vários povoados locais, a existência de 136 feições de relevo com evidências arqueológicas tais como, instrumentos líticos, almofarizes em rochas fixas e portáteis, assim como painéis de pintura rupestre que se deterioram devido a agentes físico-químicos e mecânicos como, vento, radiação solar, efeitos da chuva, degradação por raízes de plantas fixas no suporte, sal, fogo, insetos, pichação e desplacamento. Na perspectiva da arqueologia contextual, onde as vozes das comunidades também influenciam o olhar acadêmico, incitamos a ampla divulgação do patrimônio arqueológico, conscientizando e conclamando, com os preceitos da população local, a sua preservação e etinitude da memória sociocultural do patrimônio arqueológico e natural.

Esta pesquisa tem por propósito principal o suscitar da arqueologia da paisagem compreendendo a ideia de memória da paisagem e sua construção social. Parti-se de um campo de pesquisa que visa superar a dicotomia existente entre o saber científico e o saber popular, na defesa da importância de uma arqueologia socialmente engajada. Trabalha-se com a necessidade de o arqueólogo dialogar com outras vozes no momento de interpretação da cultura material e da paisagem, em seu contexto, e assim, defender um processo reflexivo, autocrítico, que envolve a postura do pesquisador como cientista social, de forma a abranger, portanto, as responsabilidades dos trabalhos fora do sítio arqueológico. No momento em que escutamos outras vozes, mudanças ocorrem não somente na forma que a arqueologia será apresentada ao público, mas altera também a coleta de dados que fazemos em campo (HODDER, 2001). De acordo com o enfoque da arqueologia da paisagem, as comunidades também têm o direito de participar direta ou indiretamente das intervenções arqueológicas.

Com exposição de alguns preceitos epistemológicos da disciplina e propõe o diálogo com a sociedade que será representada aqui, pelo povoado Brejo da Brásida no município de Sento Sé, estado da Bahia, no Submédio São Francisco. Ao ver da comunidade, compreendemos suas interações com o patrimônio arqueológico e atentamos às suas relações com a Barragem de Sobradinho e com os parques eólicos em fase de instalação e operação. Estes que, geram impactos de riscos socioambientais e arqueológicos à região. Desta forma, busca-se discutir os quadros temáticos de interesse da população sentoseense, especificamente, do grupo Kaimbé Amaniú do povoado Brejo da Brásida.

O município de Sento Sé, criado pelo Decreto Imperial de 06 de julho de 1832, localiza-se no extremo norte da Bahia, margem direita do Rio São Francisco e ocupa uma área de 12.871,04 km². Limita-se ao norte pelos municípios de Pilão Arcado, Remanso e Casa Nova, ao sul com Campo Formoso, Umburanas e Morro do Chapéu, a leste com o município de Sobradinho e a oeste com Itaguaçu da Bahia, Xiquexique e Jussara. Sua população atual é de 37 mil e 425 habitantes (IBGE, 2010). Apresenta potencial turístico na Ilha de Andorinhas e no Boqueirão da Serra da Onça, este que tem um projeto de formação de um Parque Nacional em trâmite. Preserva numerosas tradições como, a Roda de São Gonçalo, Samba de velho, Congado, Reisado, Capoeira, Corrida de Argolinhas, entre outros. Contem nos seus limites os territórios indígenas dos grupos Truká, Atikum e Kaimbé Amaniú, além de diversas casas de farinha e rurais de vaquejada. Os saberes populares trazem características seculares de temas como a culinária, a religião, o folclore, as festividades, entre outras que transpassam o tempo, desde o período colonial, nas interpelações culturais entre indígenas e europeus, até as associações de ancestralidade de período pré-colonial, que se tratam de elementos culturais advindos do período anterior as invasões portuguesas e que ainda fazem parte das dinâmicas locais na atualidade.

Quem sou
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Portfólio

Imagens cedidas pela comunidade e pela Secretaria de cultura de Sento Sé

Lago Sobradinho

Contato

Lago Sobradinho, gravação Iguatemy

Antiga cidade de Sento Sé -BA, Fonte: Secretaria da cultura.

Contato 

Mrs. Arqueóloga  Vanessa Iguatemy

Pesquisadora no campo  da história, arqueologia e antropologia

As relações sociais dos grupos da região Sub-médio São Francisco

Email: vanessa.iguatemy@gmail.com

Facebook: Vanessa Iguatemy

 

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